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VECCHI

Um dos primeiros arquitetos a atuar profissionalmente em Maringá tem sobrenome Vecchi. Do pioneirismo aos dias atuais, este sobrenome se consagrou como um sinônimo local para arquitetura e design arrojados. A WIT entrou no loft do Gabriel Vecchi para saber dele, o mais jovem integrante do time, qual sua visão sobre essa marca há tanto estabelecida: Vecchi Arquitetura.


TEXTO VINÍCIUS LIMA FOTOS MARILIA GANASSIN

Quem lançou os fundamentos do escritório Vecchi Arquitetura em Maringá foi Nei Vecchi. Formado em arquitetura no Rio de Janeiro na década de 1970, ele foi contemporâneo de grandes nomes da arquitetura carioca, como Lúcio Costa, Niemeyer, Sergio Bernardes e Burle Marx. De fato aquela foi uma época muito frutífera para a arquitetura brasileira, nomes que passaram a ser aclamados mundialmente despontavam também de outros cantos do mapa brasileiro, como Lina Bo Bardi (italiana radicada em São Paulo) e o baiano Zanine Caldas, cujas casas construídas por ele no cenário exuberante do Joá, no Rio, impactou definitivamente o jovem Nei Vecchi.


O alto do Joá é uma paisagem tipicamente carioca, com a junção de mar, montanha e floresta. Impossível não ser confrontado pela imensa força daquela paisagem. Indo na contramão dos arquitetos que assolavam o terreno antes de edificar, Zanine resolveu incorporar a natureza às suas obras, dando fruto a projetos em que a pedra da montanha é parte da casa, entra na casa em harmonia com outros elementos naturais como vidro e madeira, tão presentes nos projetos da arquitetura moderna brasileira.


Inspirado por toda essa bossa carioca, Nei chegou em Maringá para ser um dos primeiros arquitetos a atuar profissionalmente nessa cidade tão jovem na época. Além de projetos residenciais e paisagismo, ele sempre foi apaixonado por urbanismo, o que o levou a, inclusive, trabalhar na prefeitura em projetos que até hoje fazem os contornos da paisagem local.


Os opostos parecem se atrair somente na física, porque a união do Nei com a Heloisa tinha tudo a ver! Embora advogada por formação, ela sempre foi ligada ao comércio da decoração, sendo reconhecida principalmente por sua curadoria. Ela está neste ramo há 30 anos, hoje com a loja Agave, um acervo exclusivo de móveis assinados, peças indígenas e autorais, galeria de arte, arte popular brasileira e muito borogodó.


Para Gabriel, trilhar a carreira dos pais foi algo natural. “Meus pais sempre foram muito liberais e humanos, nunca me senti inclinado a seguir nenhuma carreira por pressão deles, pelo contrário! Mas enfim eu cresci e vivi arquitetura. Ser arquiteto é, para mim, ser eu mesmo”.


A entrada de Gabriel na família e no escritório foi um tempero perfeito nessa mistura que soma os traços modernos de Nei, a curadoria de peças da Heloisa e as composições vibrantes de textura e forma do Gabriel. A Helô atua mais na loja, servindo outros arquitetos e outros decoradores por meio de sua seleção exclusiva garimpada em grandes feiras (Maison & Objet, Paris; Colônia, Alemanha; Salão de Milão) e, porque não?, da feirinha das pulgas em capitais brasileiras e europeias.

A loja é exclusiva em Maringá para a linha Sérgio Rodrigues e Zanini de Zanine. Lá também encontramos ícones como Leo Romano, Estudio Bola e ,Ovo.

Ao perguntar para Gabriel o que faz dele um Vecchi, a resposta: “o rigor estético é um dom que não valeria nada sem o esforço consciente de uma pesquisa permanente. Nós somos o velho e o novo reinventados, é por isso que somos Vecchi”.


Nas páginas seguintes a fotógrafa Marilia Ganassin capturou os melhores ângulos de um apartamento projetado pela Vecchi Arquitetura.


APARTAMENTO


O jovem casal que vive neste apartamento com dois filhos pequenos procurou o escritório Vecchi pelo tom autoral de seus projetos. Ele queriam morar em um ambiente que não fosse senso comum, além de se identificarem com as cores e conceitos do escritório. Nesta obra o cinza, o preto, a madeira e o mármore fazem uma composição que lembra os elementos terra e fogo. Destaque para o painel ripado de madeira maciça da Madeireira Frotté, os objetos decorativos e esculturas da Casa & Parede e móveis sob medida da Idélli Ambientes.


As esculturas e os quadros nesta imagem são da Casa & Parede, molduraria e galeria de arte especializada em telas e gravuras aplicadas em diferentes formatos. Neste projeto os quadros são a cor e a vida em contraste com a paleta sóbria de todo o apartamento.


A madeira invade também os ambientes privativos, como lavabo, quartos e cozinha. Na cozinha as clássicas cadeiras Eiffel assinadas por Charles & Eames em perfeita harmonia com o traço contemporâneo dos armários planejados da Idélli Ambientes. Nesta página: como não se render à encantadora cadeira Warren Platner?


No quarto também tem espaço para os quadros e molduras da Casa & Parede. Diferente das abstrações e cores dos quadros presente nas áreas sociais, o escritório optou por paisagens etéreas e cores frias para o conforto do quarto. Perceba que nestes retratos os horizontes ganharam ângulos verticais. Um convite diário para ver a vida sob nova perspectiva.




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