A casa de 600 m² localizada em um condomínio nobre de Maringá, onde mora um jovem casal de empresários, reúne as cores, a simplicidade das formas e o concreto aparente marcantes do escritório Vecchi Arquitetura, atualizados para o contexto do casal que ama receber amigos e viajar
TEXTO VINÍCIUS LIMA FOTOS MARILIA GANASSIN
Que este projeto foge dos padrões e convenções do senso comum já é possível perceber logo na entrada da casa. Depois de passar por uma rampa de acesso ladeada por um mar de bromélias (o efeito é incrível) quem faz as honras da casa é uma porta de mármore Nero Marquina. Oi? Você não leu errado, a porta de mármore acionada por biometria abre com a leveza de um dedo graças ao trabalho impecável de serralheria aliado à execução da Ingamar Mármores e Granitos.
Uma vez aberta a porta revela uma casa em forma de “C”, uma estratégia do escritório Vecchi para que todos os ambientes sociais tenham integração completa com a área de lazer central com piscina, o coração da casa. A concepção desse formato foi inspirado nas casas mexicanas e marroquinas que são guarnecidas por um jardim central ao ar livre, onde acontece a vida social da casa. Tudo isso porque o desejo principal dos moradores é o de receber visitas sempre em clima de festa.
Outro desejo do casal foi o de habitar em um lar cercado por jardins. Aqui o arquiteto Gabriel Vecchi enfrentou o desafio de estabelecer um programa de mais de 600 m² em um lote de aproximadamente 400 m² e ainda cercar de verde. Com o detalhe de que a ideia de jardim do proprietário é basicamente uma floresta tropical, uma mata atlântica. A solução encontrada pelo arquiteto deu todo o charme e elegância do projeto: um recuo nos fundos da casa que recebeu um jardim vertical que é uma obra de arte à parte.
Para dar a sensação de floresta tropical o escritório incrustou pedras brutas na parede, fornecidas pelo Depósito João de Barro e assentadas uma a uma, deixando vãos estratégicos, programados para receber floreiras e folhagens bem brasileiras, tudo com irrigação automatizada.
E por falar em bossa brasileira, o que não falta nesse projeto são móveis e peças decorativas assinadas por designers consagrados e artistas populares, todos do acervo da loja Agave Casa.
A bossa brasileira está presente também nos detalhes da construção, toda em concreto armado aparente, cuja origem está nas vertentes brutalistas da arquitetura moderna e com maior expressão na escola paulista da década de 1970. Para se contrapor ao frio e rusticidade do concreto e das pedras naturais, o tom terracota da pedra escolhida para o jardim suspenso aquece visualmente os ambientes, e o toque final fica por conta do mobiliário renomado internacionalmente. Destacamos: a cadeira Cantu de Sergio Rodrigues, a poltrona Mole do mesmo designer, o espelho em forma de leque de Leo Romano, as poltronas Zina de Zanine Caldas, o bar de Bruno de Carvalho, a mesa de jantar Viga assinada por Zanini de Zanine, a mesa de centro do escritório Mula Preta, o sofá de madeira e fibra de carbono de Tadeu Paisan e muito mais.
As áreas íntimas, todas no piso superior da casa, dão lugar ao aconchego através dos brises de madeira que ocupa toda a extensão da fachada e lateral da casa, que filtram a luz do sol junto das cortinas em cambraia de linho fornecidas pela Sued Decor. Toda a marcenaria da cozinha, escritório, quartos, closet, lavabo e banheiros é assinada pela Idélli Ambientes de Maringá. Uma casa que em sua forma e em seu design de interiores será atual ainda que daqui 70 anos, por sua atemporalidade e pelos ícones de design que vestem a casa. Isso é luxo, na concepção literal do termo.
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