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Família Martins

Fundada em uma época em que a decoração de casamentos e outros eventos sociais era exclusividade de floriculturas, a Martins Decorações é verdadeiramente pioneira em Maringá em promover a decoração de festas que marcaram época. Uma tradição iniciada por Dona Cida Martins e passada para os filhos Alexandre e Adriano


TEXTO VINÍCIUS LIMA FOTO ANDRÉ RENATO


Imagine uma Maringá em que a Catedral ainda não possuía aquela arquitetura em forma de cone, mas era uma capelinha de madeira localizada no mesmo endereço atual. Essa é a Maringá de Dona Cida Martins, uma mulher que hoje, aos 84 anos de idade, conserva a vitalidade e energia que durante toda sua vida foram o combustível para seus feitos e suas conquistas.


Essa história começa em 1958 ali mesmo na catedral de madeira, onde Dona Cida casou-se com Rogério Martins em uma cerimônia linda, toda adornada por flores que hoje chamam de flores permanentes, que nada mais é do que flores de papel crepom. A decoração foi, obviamente, toda comandada por ela. “Eu mesma subi nas árvores do horto florestal para pegar as folhagens verdes que usamos com as flores de crepom”, orgulha-se ela.


Naquela época, Cida nem imaginava que um dia a decoração se tornaria ofício de toda a família. Por muitos anos a família Martins prosperou através do café. Em sua propriedade, o café era produzido em um grão muito especial, que trazia para a cidade pessoas da Bolívia, Paraguai e até mesmo Argentina para conhecer a especiaria. Tudo isso acabou do dia para a noite, na época em que o governo Getúlio mandou incinerar estoques de café do país inteiro, uma medida drástica que visava reduzir a oferta e assim conter a queda dos preços internacionais do produto, cujo valor de exportação não parava de cair desde a quebra da bolsa de Nova York, em 1929. “Foi um período muito sombrio para todos nós, que tínhamos mais de 40 famílias que viviam da nossa produção”, lamenta Cida. Este período de recessão na família Martins durou longos 10 anos. “Nós tínhamos 4 filhos, e meus dois últimos filhos, Alexandre e Ana Rogéria, nasceram nestes anos de dificuldades”.


Dona Cida, porém, não é mulher de sentar e reclamar, mas de levantar e fazer acontecer. Descendente de avós italianos que migraram já adultos para o Brasil em busca de novas oportunidades de vida, Cida tem correndo em suas veias a genética da renovação.


Em certa ocasião, a filha de uma de suas amigas da família Tolardo iria se casar. Estando eles em situação parecida com a de Dona Cida, ela decidiu ajudar a amiga fazendo o que sabia de melhor: decorar. Sem cobrar um centavo, decorou igreja e salão de festas para 250 convidados. “Todo mundo amou, e nisso vi que a vida estava me dando uma oportunidade”, declara dona Cida. Era 5 julho de 1969, data que marca o início da Martins Decorações.


Foi assim que o universo da decoração entrou em sua vida, para não mais sair. Naquela época a decoração de casamentos era feita exclusivamente por floriculturas. Cida foi a primeira da cidade a agregar outros artigos em suas decorações, como mobiliário e iluminação, com ideias e referências que trazia de São Paulo, de longas viagens de ônibus.


Nesta jornada que já completa 53 anos, a Martins Decorações esteve nos bastidores dos maiores acontecimentos e celebrações da cidade, como a decoração da Acema na primeira visita do Príncipe da Família Imperial Japonesa, e casamentos memoráveis como foi o de Ricardo Barros. “Já chegamos a fazer 300 festas por ano, em fins de semana com 5 eventos simultâneos, e até 80 festas de formatura durante a temporada”, conta Alexandre Martins.


Para dar vazão a tantos elementos decorativos, a Martins conserva hoje um depósito de 1.700 m², comprado com recursos da própria empresa, com anos de trabalho com ética e honestidade. “O tamanho das decorações aumentou muito, e mesmo agora com os mini weddings e pequenos eventos, somente o número de convidados diminuiu, a decoração cresceu e as pessoas estão cada vez mais exigentes”, explica Alexandre.


O período da pandemia, que foi também uma época de recessão para todas as empresas do ramo de eventos, foi um período enfrentado pela família Martins com a sobriedade de quem já ressurgiu de um momento difícil. “Percebemos que fechamos muitos contratos durante a pandemia, porque nosso histórico e nossa tradição deu para as pessoas e para assessores de eventos a confiança de que passado este momento estaríamos firmes e honrando todos os nossos contratos, e foi exatamente o que fizemos”, esclarece Dona Cida. Ela conta também que o diferencial de sua empresa sempre foi e continuará sendo a atenção aos desejos dos seus contratantes.


Dona Cida recebeu em 2012 o Prêmio ACIM Mulher, um mérito mais que merecido, não apenas por ter construído seu império da decoração, mas também por todas as causas sociais nas quais se envolve. Ela foi uma das fundadoras do Lar Escola e participou de entidades como a Rede Feminina de Combate ao Câncer e Lar dos Velhinhos. Viva Dona Cida, viva os Martins!




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