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ESTILO DE VIDA

No sofá com

Jamile Elias


Entrar na casa e no mundo de Jamile Elias é mergulhar de cabeça no universo da arte, da moda e da propaganda, três elementos que a gente adora, não é mesmo? Mas ainda não conhecemos uma pessoa que, como Jamile, consiga tirar real partido de tudo isso e ainda conciliar com a maternidade. Entre, sente-se e fique à vontade


TEXTO VINÍCIUS LIMA FOTOS JOÃO PAULO SANTOS

Alguns a conhecem como “Jamile da Bob”, da “Vittourina”, outros como “Jamile da Projeção”, do “Km Money”, artista plástica. Os mais íntimos a conhecem de todos, mas poucos parecem compreender todos os universos pelos quais caminha Jamile Elias, sempre envolta de alegria. A influência e o alcance de Jamile no universo criativo parecem não ter fim.


Casada com Darci Antoniassi há 18 anos, mãe do casal Laura e Henrique, ama de paixão sua família. Considera tudo o que faz e a maternidade, também, um aprendizado. “Ser mãe é passar de um ponto de vista ao qual o filho compreende o que quero transmitir, mas muitas vezes enxerga de outra forma, como verdadeiramente pensa e se sente. Assim também é a arte, algumas pessoas veem quando existe clareza, enxergam elementos que se identifica, gosta, mas quando a obra é mais subjetiva, buscam sua interpretação, sentimentos do seu eu, sensações e empatia.”


Filha da Mari e do jornalista Jamil Elias, Jamile cresceu ajudando o pai a digitar a Folha do Paraná. Com um berço tão enraizado no mundo das letras, o caminho a seguir parecia cristalino. “Além de jornalista, meu pai era escritor, eu cresci no universo de livros, música, e, ainda hoje, sou apaixonada por literatura clássica, pelas ‘Ilíadas’ e tragédias gregas”. “Também, cresci num lar muito amoroso, com lembranças maravilhosas e acredito que isso contribuiu muito para eu exercer o que faço com tanto carinho e, tenho certeza, que dá certo pelo amor e dedicação que coloco em tudo.” Na UEM(Universidade Estadual de Maringá) lembra com muito orgulho de uma especialização em Semiótica, uma linha de pesquisa que explora signos e símbolos como parte significativa das comunicações, com a professora Iara Farias (Universidade Federal de São Paulo) que percebeu o apelo artístico nos trabalhos de Jamile .“A semiótica me ajudou a desenvolver um pensamento não-óbvio sobre as formas e as cores, ver de um outro olhar, entender e me expressar, por isso criar estampas e combinar cores, seja na moda ou na arte, tornou-se uma parte deliciosa do meu trabalho”. Dessa forma, Jamile mergulhou no mundo da mídia por anos, conciliando com suas outras paixões.

Artista plástica – de pintura acrílica e também de ilustrações em canvas, usa da sua arte para transformar o simples em exclusivo, assim faz com sua marca Vittourina de moda praia, em que desenha suas próprias estampas. A influência e o alcance de Jamile no universo criativo parecem não ter fim! Divide a moda, mídia e arte com singularidade. O que parece ser confuso para alguns, ela torna simples.


Não tenho dúvidas que foi, além da veia empreendedora de Jamile, seu olhar para o belo e sensibilidade estética que a fez mais tarde entrar para o mundo da moda. Todo esse background artístico, a incursão de Jamile pelas artes plásticas é algo muito recente em sua vida. “Embora eu trabalhe com mídia e moda, eu tinha um pouco de vergonha de falar dos meus quadros, porque a arte não fazia parte da minha rotina”, explica Jamile.


Foi uma visita ao museu Metropolitan de Nova York que despertou em Jamile a coragem de assumir, primeiramente para si mesma, sua face de artista plástica. “Comecei pintando quadros para o quarto da minha filha, porque tive muita dificuldade de encontrar quadros ‘tens’ que agradassem a Laura e ela foi minha primeira cliente. A aprovação dela do que eu fiz foi fantástico para mim, porque ela está em uma idade e fase que nada a agrada. Entendi que assim como ela, muitas mulheres também gostariam ter possibilidades diferentes e isso me atrai - o exclusivo acessível é desafiador.” Foi assim que Jamile começou a receber encomendas de suas amigas, engenheiras e arquitetas que conheceram sua arte. Hoje, ela já tem um portfólio completo à venda, de peças pintadas em acrílico sobre tela e, também, de obras criadas digitalmente e impressa em Canvas. Até mesmo na versão em Canvas, Jamile trabalha com exclusividade e não vende mais de uma peça do mesmo desenho.


A arte de Jamile, conforte já dito, tem ares abstratos e com muitas referências cubistas. As formas geométricas são elementos muito presentes em suas telas, e as cores, sempre muito vibrantes. Como todo artista, Jamile tem também um traço que a define, pois em muitas de suas obras vemos a aplicação de elementos leitosos, como se fosse um branco com um grau de transparência, que ela chama de marcas d’água. “Eu adoro as marcas d’água, presente em meu trabalho, a extensão das bordas como continuidade da tela, geometria que remete ao moderno e elementos que harmonizam na decoração de hoje e atemporais”.


Outro padrão que encontramos em algumas de suas obras é o uso de linhas desformes, que de forma muito, muito subjetiva, remetem a formas comuns do nosso cotidiano, como garrafas, taças, chaves e outros objetos. É uma delícia viajar no pensando tentando imaginar o que pode ser, ou o que deveria ser. “A nossa mente sempre busca significados, nenhuma forma é gratuita, por isso eu faço uma arte que nunca vai remeter a tristeza ou solidão, porque o que a gente precisa dentro de casa é alegria e bem-estar”, conclui Jamile.












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