TEXTO VINÍCIUS LIMA FOTOS RAFAEL FELSSNER
"A arte deve ser consumida desde criança e sem moderação”, defende Carol Gallardo, uma arquiteta que revelamos nesta edição como uma proeminente artista plástica, autora de telas abstratas que nos transportam para um lugar muito melhor.
Minha primeira experiência diante de sua obra foi na loja Clube Koenna, onde a simetria das cores com relação à coleção de verão exposta nas araras me fez perguntar se a tela havia sido encomendada para a estação. Em outra ocasião, na loja Agave Casa, o azul profundo da tela intitulada Oceano me fez parar e apenas contemplar. “Meu estilo abstrato causa a cada pessoa uma sensação diferente, é um convite à imaginação, isso é algo incrível”, explica Carol.
Tentamos entender como a vida de artista plástica se soma com a vida de uma arquiteta ativa e autora de ‘n’ projetos em Maringá. Ela diz que, no dia a dia, reserva um dia só para pintar e um dia só para projetar, mas que na prática e nas redes sociais a Carol artista e a Carol arquiteta são uma só. “Tudo que tem a ver com cultura, galerias, museus, teatros, espaços arquitetônicos me trazem uma felicidade interna inexplicável, ainda mais se combinados com uma boa música… É como se me tele transportasse, ou esquecesse de tudo lá fora. O mundo cultural me inspira de uma maneira que me traz mais vontade de viver”.
Embora tudo esteja debaixo do guarda-chuva do fazer artístico, percebemos que é na tela que Carol encontra o ponto alto da sua liberdade criativa: “A tela em branco é a onde eu posso criar o que eu quiser, sem exigência de ninguém. Não há briefing ou regras a serem seguidas e sim uma menina cheia de vida para transformar uma tela em branco em algo magico”, esclarece.
As influências culturais de Carol são tão múltiplas quanto suas próprias origens. Filha de pai argentino e mãe brasileira, Carol radicou-se em Maringá após viver 13 anos na Bolívia, onde teve professores do mundo todo que influenciaram na sua forma de ver a vida e também a arte. Formada em Arquitetura pelo Unicesumar e pós-graduada em Design de Interiores pela PUC de Curitiba, ela também agrega ao seu currículo uma exposição da sua arte na Casa Conceito de Londrina e um curso chancelado pela Casa Vogue em São Paulo onde Ruy Ohtake foi um dos palestrantes.
Quando traçamos uma cronologia de suas telas, percebemos, no início de sua carreira, uma tendência pela monocromia onde o branco e o azul eram predominantes. Com o passar do tempo a intimidade com a técnica a permitiu trilhar por uma diversidade de cores que hoje define toda sua obra. “Eu me inspiro nas composições e paletas da própria natureza, desde uma pequena flor até a macro paisagem de um pôr do sol, na natureza a combinação de cores é perfeita”, explica Carol.
Atualmente Carol vive sua fase dourada, em termos literais! Isso mesmo, ela aplica folhas de ouro em suas telas, a exemplo desta chamada Neo Mint, feita exclusivamente para a WIT, usando a cor neo mint, apontada como tendência para a moda e decoração em 2020. “A arte pode trazer um valor incrível para o espaço das pessoas, eu quero sempre levar leveza, cores e alegria paras as pessoas”, conclui Carol.
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