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Arquitetura da generosidade

A arquitetura é um vetor de transformação de espaços e também de convívios


TEXTO VINÍCIUS LIMA FOTOS JEFFERSON OHARA / REPRODUÇÃO

O termo pode, à primeira impressão, causar uma sensação de arquitetura ostensiva e opulenta, de excessos e vaidades. Porém, “arquitetura da generosidade” é aqui definido para remeter ao extremo oposto: àquela essência tribal que cada um de nós herdou de nossos ancestrais.


Somos seres sociais e fomos feitos para viver em comunidade. Vive-se melhor em ambientes colaborativos, e a própria teia social organizada que chamamos de cidade são invenções humanas para otimizar o viver coletivo, afinal, o simples ato de ligar o interruptor para dar luz a um cômodo da casa nunca será uma experiência individual, ainda que naquele momento você esteja sozinho.


É neste processo de (re)organizar espaços adaptados ao viver humano que entra a arquitetura. “Quando se cria um local de convivência, a arquitetura vem trazer a forma, a função, a estética, mas também a generosidade de oferecer um espaço personalizado para diferentes usos e objetivos”, explica a arquiteta e engenheira Thais Magalhães.


Thais faz parte de um grupo de arquitetos que canalizou a filosofia do ambiente colaborativo para o próprio local de trabalho, dando origem a um espaço onde diferentes arquitetos e escritórios de arquitetura coabitam e compartilham experiências e projetos. “Em um espaço colaborativo, o colega de profissão não é visto como um concorrente, mas como um coautor de criação”, esclarece o arquiteto Renato Bomfim, sócio da Thais no escritório MBBR Arquitetura.


Um dos projetos concebidos pelo escritório MBBR e que traduz a essência generosa de uma arquitetura feita para ser vivida é o projeto “Humaitá 852”, uma galeria comercial contemporânea, inspirada nas antigas vilas. Renato explica que a proposta do projeto era fugir das convencionais salas comerciais e criar uma integração mais coerente com a rua em que a edificação está inserida. “O ponto central deste projeto é uma rua que interliga todas as unidades do empreendimento com a calçada, para causar a impressão de que não existe uma interferência ou um limite do que é público e do que é privado”.


Esta maneira diferente de lidar com o espaço foi inspirado em grandes cases de sucesso da arquitetura mundial, como o Sesc Pompeia, da arquiteta Lina Bo Bardi (que também tem uma rua central que conecta o bairro com todos os prédios do empreendimento), e também a multifuncionalidade das cidades modelo, as melhores para se viver no mundo, onde qualquer cidadão por se deslocar a pé para suas atividades cotidianas. “O Humaitá 852 é inspirado também na Europa e nos grandes centros onde lojas de marcas consagradas estão na rua, proporcionando não apenas uma experiência de compra, mas uma experiência de vivência do entorno, do clima e das pessoas... em um cenário de pandemia, o resgate destes valores fundamentais nunca foi tão importante”, conclui Thais.


Encontre o escritório MBBR também nos canais virtuais: www.mbbr.arq.br e @mbbr.arq









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